Hospital Martagão Gesteira reduz leitos e enfrenta risco de fechamento de UTI cardiológica
O Hospital Martagão Gesteira, unidade especializada em terapia intensiva pediátrica em Salvador, enfrenta uma grave crise financeira que pode resultar no fechamento de 10 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cardiológica. A empresa médica responsável pela gestão desses serviços informou que encerrará o contrato de prestação de serviços no dia 11 de dezembro de 2024, devido à falta de avanços nas negociações para reajustes contratuais com o Governo da Bahia.
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A situação do hospital, que já atravessa sérias dificuldades financeiras, é alarmante. A administração do Martagão Gesteira estima que encerrará o ano de 2024 com um déficit de R$ 15 milhões. Como consequência, a unidade foi forçada a fechar 20 leitos de terapia intensiva e 39 leitos de enfermaria pediátrica, resultando em uma significativa redução na capacidade de atendimento e aumentando a pressão sobre os recursos limitados da instituição.
Além disso, o hospital denunciou que o credenciamento para a gestão da UTI cardiológica com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) não recebe reajustes há 12 anos, apesar do aumento constante dos custos com serviços médicos e hospitalares no país. Para contornar essa situação, a direção do hospital espera a publicação de um novo credenciamento, prevista para a próxima semana, que possibilite a atualização dos valores pagos e, assim, garanta o custeio adequado das cirurgias cardíacas pediátricas.
Em uma nota, a assessoria do Martagão Gesteira destacou que, mesmo com o encerramento do contrato de gestão externa da UTI cardiológica, a unidade continuará funcionando com equipe própria. No entanto, a principal preocupação da administração é a continuidade das cirurgias cardíacas pediátricas, um serviço essencial para crianças com problemas cardíacos graves. O hospital permanece empenhado na busca por soluções que assegurem a manutenção dos serviços essenciais.
A crise no Hospital Martagão Gesteira tem gerado grande preocupação entre profissionais da área da saúde. Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Baiana de Pediatria (SOBAPE) lamentaram o fim da parceria com a empresa médica e alertaram para os impactos dessa crise financeira, como o fechamento de leitos e a redução dos atendimentos a crianças em estado crítico.
“As iminentes dificuldades financeiras e a falta de reajuste nos contratos de prestação de serviços tornam ainda mais grave a situação do hospital, comprometendo o atendimento a casos críticos de crianças e adolescentes”, afirmaram as entidades. Elas enfatizam a necessidade urgente de revisão e atualização dos contratos para garantir que o hospital continue oferecendo serviços de alta complexidade, fundamentais para a saúde das crianças, conforme assegurado pela Constituição Federal.
O Hospital Martagão Gesteira, que é um dos principais centros de atendimento pediátrico de alta complexidade na Bahia.
