O homem investigado por matar a ex-companheira a facadas no bairro da Liberdade, em Salvador, foi preso em flagrante na noite de quinta-feira (25/5), depois de se apresentar no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Ele invadiu a casa de Natalina dos Santos, na Travessa Alto do Bom Gosto, e a golpeou com uma faca. Segundo a Polícia Civil, ele confessou o crime e relatou que não aceitava o fim do relacionamento. O investigado vai passar por audiência de custódia, e a Justiça vai decidir se ele responderá detido.
Também de acordo com a Polícia, em 2014 o investigado havia cometido outro feminicídio, na cidade de Piraí do Norte. Ele matou a mãe do filho dele e o companheiro dela, e ficou preso por oito anos, tendo sido solto em 2022.
Crime
A família dela informou que o homem, de prenome Anderson, iniciou uma discussão antes de golpeá-la. A polícia não disse o nome dele por causa da Lei de Abuso de Autoridade. O então casal havia se conhecido a cerca de um ano, e estava separado havia dois meses.
A irmã de Natalina, Eliana dos Santos, deu detalhes de como Anderson invadiu a casa da vítima e contou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e não esteve no local.
“Ela não estava mais com ele. Nesta madrugada, ele pulou o muro da casa dela pelo quintal, invadiu a casa e acabou fazendo esse assassinato. Passamos uma hora esperando o Samu, e o Samu não deu posição nenhuma. Quem pegou ela e levou ao hospital foi o sobrinho, meu filho, mas quando chegou no hospital disseram que ela já tinha falecido”.
O genro da vítima, Marcos Felipe Reis, de 18 anos, foi esfaqueado na barriga ao tentar salvá-la. Natalina e Marcos Felipe foram levados para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF). Ela não resistiu aos ferimentos e o jovem foi internado. O estado de saúde dele não foi divulgado.
“Ela gritou, pediu socorro e o pessoal próximo, a sogra da filha dela e o genro dela que tomou a facada. Ele tentou salvar a vida dela, mas não conseguiu”.
Natalina deixa quatro filhos, sendo o mais velho um jovem de 22 anos e a mais nova uma criança de 3 anos. Os outros dois são duas adolescentes, de 17 e 19 anos. Enquanto estava sendo socorrida, a vítima pediu para que os familiares cuidassem dos filhos dela.
“Meu filho, sobrinho dela [Natalina], pegou a menina e levou para casa dele, para ficar com a mulher dele. Pegou ela [criança] aqui na rua já chorando, sozinha, porque o pessoal estava dando socorro à minha irmã”.
Violência
Eliana disse que Anderson era muito ciumento, mas que não tinha histórico de violência contra a irmã dela. Ela relatou que Natalina já não tocava mais no nome dele, e que o relacionamento já havia sido superado pela vítima.
“Ela já não comentava mais o homem dele, a gente já não falava mais. Eu perguntei para ela uma vez e ela disse: ‘eu não quero mais ele, eu quero viver minha vida. Eu tenho que criar minhas filhas, dar o que elas precisam. Não estou aqui para sustentar homem’. Ele saiu [terminou o relacionamento] numa boa”.
Antes da separação, o casal chegou a morar junto como família. Mesmo afirmando que Anderson não tinha histórico de violência, Eliana relatou que depois que o relacionamento acabou, Natalina se mudou para um imóvel próximo, porque ele já conhecia os acessos da casa.
“Quando ela se mudou, ela já não estava mais com ele. Ele morava em outra casa com ela, ela saiu dessa casa e veio para outra. Saiu da área do fundo e veio para cá. Ele arrodeou, arrombou o portão e a porta do fundo e invadiu a casa dela”.
A família ainda não definiu onde e quando será o sepultamento de Natalina. O corpo está no Instituto Médico Legal (IML), para ser necropsiado.
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