Ludmilla é acusada de intolerância religiosa após apresentação em festival de música

A artista usou o X, o antigo Twitter, para se defender das queixas dos internautas.

Ludmilla foi acusada de intolerância religiosa por conta de uma imagem exibida no telão de seu show no Coachella neste domingo (21/4). A brasileira se apresentou no festival norte-americano pelo segundo fim de semana seguido, e uma frase que apareceu no cenário fez com que a artista se tornasse alvo de críticas. “Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas”, dizia um grafite em determinado momento da performance.

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Tranca Rua é uma expressão que diz respeito a um agrupamento de entidades espirituais de religiões de matriz africana, como a Umbanda e Quimbanda. A artista usou o X, o antigo Twitter, para se defender das queixas dos internautas e explicar a real proposta por trás da imagem.

De acordo com a cantora, a frase foi tirada de contexto e a ideia era mostrar para o mundo as favelas sem filtro. “Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar pra falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe”, começou a carioca.

“Hoje tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha”, alegou a artista.

Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci mas infelizmente se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste.

De acordo com Ludmilla, mostrar a realidade da favela às vezes passa por conviver em um ambiente hostil, com dificuldades em cada esquina.

“Meu show começa com uma mensagem muito explícita , que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real”, esbravejou.

“Estou aqui pelo que é real e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!”, reclamou a cantora. “Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade!”, acrescentou.

“Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! Não me coloquem nesse lugar, vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou”, comentou a artista.

Ludmilla finalizou o discurso reforçando que mantém o respeito pelas pessoas, sem levar em conta religião, raça ou gênero. “Respeito todas as pessoas como elas são, e independentemente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas”, concluiu.

Reação do público

Os internautas não aceitaram bem a defesa da cantora com relação à imagem que apareceu em seu telão. No X, seguidores de Ludmilla questionaram a aceitação da frase e alegaram que ela poderia ter sido cortada do vídeo.

“Intolerância religiosa é um pilar que afeta muita gente, principalmente nas comunidades, e você reforçar esse viés num espaço de visibilidade internacional não foi legal. Associar entidades de matriz africana ao mal foi feio e desrespeitoso”, reclamou um internauta identificado apenas como Dayvison.

“Qual é o contexto onde essa frase é aceitável?”, questionou Cecília Olliveira. “Não importa qual seja a justificativa, preconceito é inaceitável. Em vez disso, você deveria reconhecer o erro e se desculpar”, afirmou Afonso Osenos.

“Sua intenção é de fácil compreensão, mas na prática não é bem assim, né? Não é sobre gourmetizar, é sobre ‘de que forma criticar, de que forma expor’. O que faz alguém pensar que aquele trecho é uma crítica à intolerância religiosa e não um apoio? Nada”, explicou Bruno Di Maio.

“Fica nas entrelinhas, no subjetivo. Não é sobre criticar o teu momento tão especial, é sobre um deslize que poderia ter sido evitado, independentemente do palco em que estivesse. No mais, parabéns pela conquista pra música brasileira”, acrescentou ele.

 

 

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