Advogado acusado de matar barbeiro é condenado a 15 anos de prisão

Após mais de quatro anos do crime que chocou Salvador, o advogado José Geraldo Lucas Júnior foi condenado a 15 anos e 2 meses de prisão pelo assassinato do barbeiro Lucas Souza de Araújo. A sentença foi proferida na tarde desta sexta-feira (11/4), após dois dias de Júri Popular no Fórum Ruy Barbosa, localizado no centro da capital baiana.
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Foram cerca de 16 horas de julgamento até a decisão. Segundo a sentença, José Geraldo deverá cumprir a pena em regime fechado. A equipe de reportagem entrou em contato com a defesa do réu para saber se ele recorrerá da decisão, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria.
O advogado havia sido preso em fevereiro deste ano, após violar os termos da prisão domiciliar. Ele chegou a ser considerado foragido por três meses, entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, até se entregar às autoridades. Apesar disso, conseguiu novamente a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica enquanto aguardava julgamento. Com a condenação, ele deve retornar ao sistema prisional.
Relembre o caso
Lucas Souza de Araújo foi assassinado a tiros na noite do dia 24 de janeiro de 2021, enquanto estava em um bar no bairro do Imbuí, acompanhado da esposa, do irmão e da cunhada.
De acordo com as investigações, o advogado José Geraldo Lucas Júnior e o amigo dele, Jeã Silva, assediaram as mulheres que estavam com a vítima. Ao perceber a situação, Lucas foi tirar satisfação. Momentos depois, o advogado retornou até a mesa onde Lucas estava com a família, iniciou um tumulto e efetuou os disparos.
O crime foi registrado por câmeras de segurança do estabelecimento. O corpo de Lucas foi sepultado na cidade de Santa Inês no dia 26 de janeiro de 2021. No mesmo dia, a Justiça decretou as prisões temporárias de José Geraldo e Jeã Silva.
Segundo o advogado da família da vítima, o crime foi premeditado. José Geraldo não possuía licença para porte de arma. Ele teve a prisão preventiva decretada em 23 de fevereiro de 2021 e, durante o inquérito, confessou o crime, alegando ter se sentido ameaçado. Jeã Silva também foi indiciado. Ambos respondem pelo crime de homicídio.
A prisão preventiva de José Geraldo foi convertida em prisão domiciliar em agosto de 2021, após pedido da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), que alegou que ele estava preso em local inadequado para a categoria profissional.
Posteriormente, o advogado descumpriu as medidas impostas e realizou diversas viagens, inclusive para fora do estado, o que motivou nova decretação de prisão preventiva. Ele permaneceu foragido entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025.
Com a condenação, o caso ganha um desfecho judicial, trazendo algum alívio para a família da vítima, que aguardava por justiça há mais de quatro anos.