Beber água é essencial para a saúde: idosos são os que mais precisam se hidratar

Levar uma garrafinha de água para a academia, escola, faculdade ou trabalho virou moda entre os jovens. Mas, segundo especialistas, são os mais velhos que mais precisam manter a hidratação em dia. Com o passar dos anos, o percentual de água no corpo diminui e, pior ainda, a sensação de sede se torna menos frequente, o que pode comprometer a saúde.
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A partir dos 40 anos, um alerta deve ser ligado, explica a nefrologista Ana Flávia Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia Regional Bahia. “Essa alteração ocorre de forma gradual e o momento em que se torna perceptível pode variar. No entanto, aos 60 anos, as questões ficam mais evidentes”, pontua.
A nutricionista Julia Canto esclarece que o problema está na percepção da sede, que se altera com o tempo. “O sistema nervoso vai ficando mais lento, é um declínio fisiológico esperado, ligado às percepções gerais. Mas o corpo continua precisando de água. Na verdade, precisa até mais”, afirma.
Os riscos da desidratação
A baixa ingesta de água pode trazer sérios problemas, como infecções urinárias, pele seca, risco de quedas e confusão mental. “Sinais como boca seca, olhos ressecados, irritabilidade, tontura e confusão mental são indicativos de desidratação”, alerta Julia Canto.
A geriatra Lilian Carvalho reforça que a hidratação deficiente também pode comprometer a pele, aumentando o risco de lesões e feridas. Além disso, muitos idosos fazem uso de medicamentos diuréticos para hipertensão e glicemia, que podem intensificar a desidratação e prejudicar o funcionamento renal. “É essencial monitorar as funções renais e ajustar doses de remédios quando necessário”, explica Lilian.
A sede não deve ser esperada
Segundo Ana Flávia Moura, sentir sede já é um sinal de alerta do organismo. “Quando sentimos sede, significa que já passamos mais tempo do que deveríamos sem ingerir água. Não devemos esperar ter sede para nos hidratar!”, reforça a nefrologista.
Quanto de água devemos beber?
A quantidade ideal de água a ser ingerida diariamente varia de acordo com o peso corporal. O cálculo básico recomendado pelos especialistas é de 30 ml de água por cada quilo do corpo. Por exemplo, uma pessoa de 70 kg deve consumir aproximadamente 2,1 litros de água por dia.
Outros fatores também interferem na necessidade de hidratação, como dieta, clima, uso de medicamentos e prática de atividades físicas. “Nos dias mais quentes, a perda de líquidos pelo suor é maior, exigindo uma reposição adequada”, explica Ana Flávia Moura.
Com as altas temperaturas do verão, o alerta para os idosos se torna ainda mais importante. Em Salvador, por exemplo, a Defesa Civil registrou temperaturas recordes de 35,7ºC nos dias 2 e 3 de fevereiro, aumentando os riscos de desidratação.
Dicas para melhorar a hidratação
Para quem tem dificuldade de criar o hábito de beber água, a geriatra Lilian Carvalho sugere algumas estratégias:
- Incluir frutas ricas em água na alimentação, como melancia e lima;
- Consumir água saborizada com pedaços de frutas como abacaxi, laranja e limão, além de ervas como hortelã e manjericão;
- Optar por gelatinas, que contêm alto teor de água;
- Evitar substituir a água por sucos, pois contêm frutose que se transforma em açúcar.
“Boa parte do funcionamento do corpo depende de água. Os rins, por exemplo, precisam dela para eliminar toxinas e substâncias em excesso, prevenindo danos aos órgãos”, finaliza Ana Flávia Moura.
Manter a hidratação adequada ao longo da vida é essencial para evitar problemas de saúde na terceira idade. Criar o hábito de beber água diariamente é um investimento no bem-estar e na qualidade de vida.