Justiça decreta prisão preventiva de réus acusados de desviar doações em telejornal

A Justiça decretou, nesta quarta-feira (18/12), a prisão preventiva de Carlos Eduardo do Sacramento Marques Santiago de Jesus e Thais Pacheco da Costa, suspeitos de envolvimento no esquema de desvio de doações popularmente conhecido como Golpe do PIX. A decisão foi assinada pelo juiz Cidval Santos Sousa Filho, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos de Organização Criminosa de Salvador. Os dois são acusados de atuarem como operadores do golpe, enquanto os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira seriam os líderes da organização criminosa.

Conheça as pastas dos primeiros secretários confirmados para o governo de Flaviano Bomfim

Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o esquema envolvia desviar recursos destinados a pessoas em situação de vulnerabilidade, arrecadados durante a exibição de histórias no telejornal “Balanço Geral”, da Record Bahia. O valor total desviado pelo grupo seria de R$ 407.143,78, correspondente a 75% das doações feitas pelos telespectadores, que somaram R$ 543.089,66.

Os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira não tiveram suas prisões decretadas, embora o MP-BA os considere líderes da organização. Castro, que atuava como repórter, e Jamerson, editor-chefe do programa, usavam chaves PIX para arrecadar dinheiro, mas as contas indicadas não pertenciam às vítimas das reportagens, e sim aos membros do grupo criminoso.

A decisão judicial que decretou as prisões de Carlos Eduardo e Thais foi fundamentada na “periculosidade” dos acusados e no risco de fuga. A investigação identificou que o grupo operava de forma organizada, com divisão de tarefas, e atuava de maneira sistemática, alternando contas de vários membros durante as transmissões.

O caso foi descoberto em março de 2023, após uma denúncia feita por um jogador de futebol, que desconfiou da discrepância entre a conta de PIX exibida no programa e a indicada para uma doação nos bastidores. A emissora Record Bahia iniciou uma apuração interna e, ao confirmar a fraude, acionou a Polícia Civil, que resultou nas investigações.

Ao todo, 12 pessoas foram denunciadas pelo MP-BA, com acusações de apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Durante a apuração, foi revelado que o grupo se apropriou de grandes quantias, destinando uma pequena fração das doações às vítimas. Por exemplo, no caso de uma criança com câncer, o valor arrecadado foi de R$ 109.569,63, mas apenas R$ 40.036,10 foram entregues à família.

Os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira negam as acusações. Em nota, a defesa dos dois afirmou que a denúncia ainda não foi recebida pela Justiça e que as provas coletadas na fase de investigação não passaram pelos devidos procedimentos processuais. A defesa também reiterou a inocência de seus clientes, aguardando o desenrolar do processo judicial.

 

Mande fotos e vídeos com os acontecimentos de seu bairro para o WhatsApp do Fala Genefax (75) 9 9190-1606

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Botão Voltar ao topo
Web Statistics