“Paraguaçu”, livro do escritor santoamarense Chico Porto, denuncia contaminação por chumbo em Santo Amaro

O escritor baiano Chico Porto, natural de Santo Amaro da Purificação, lança seu mais novo livro, “Paraguaçu”, uma obra que promete acender debates importantes sobre a contaminação por chumbo na cidade de Santo Amaro e as injustiças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ/BA). Disponível no site da Amazon, o livro denuncia a morosidade judicial em casos envolvendo a contaminação que, nos últimos 20 anos, já vitimou milhares de pessoas, sem que os responsáveis fossem condenados ou obrigados a indenizar as famílias afetadas e descontaminar as áreas atingidas.
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Além de abordar essa questão ambiental, “Paraguaçu” traz à tona outra batalha judicial envolvendo a família do desbravador Aníbal Cajado, que descobriu o minério utilizado no mármore Carrara, na região de Macaúbas, Chapada Diamantina. Apesar de sua contribuição histórica, a família Cajado luta há mais de cinquenta anos para ser indenizada pela exploração da mineradora Pedra Azul, enfrentando decisões judiciais que o autor critica como “missa encomendada”, em alusão à Operação Faroeste, que envolveu casos de corrupção no Judiciário baiano. A desembargadora Maria de Lourdes Medauar, responsável pelo caso, rejeitou o contrato firmado entre Cajado e seu sócio, alegando que ele teria “feições” de um contrato de exploração mineral, exigindo registro estadual.
Dedicado à memória de Dona Canô Veloso, mãe dos icônicos Caetano Veloso e Maria Bethânia, o romance histórico combina elementos ficcionais com uma abordagem crítica da realidade política e jurídica da Bahia. Com características de uma grande novela de época, “Paraguaçu” explora as paixões e lutas de personagens que habitam a cidade de Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, berço da cultura e economia da cana-de-açúcar.
Publicada pela editora Autografia, do Rio de Janeiro, a obra teve um pré-lançamento há dois anos, no auditório da Secretaria de Cultura de Santo Amaro, e agora será oficialmente lançada, possivelmente em janeiro, durante as Festas da Purificação. “Paraguaçu” é mais do que um romance é uma ferramenta de denúncia e reflexão sobre as injustiças que ainda assolam a população de Santo Amaro.
Chico Porto, que já atuou como vereador e secretário de Cultura de Santo Amaro, é também poeta e compositor, tendo músicas gravadas por grandes nomes como Maria Bethânia e Roberto Mendes. “Paraguaçu” representa sua luta, não só através da arte, mas como um ato de justiça e resistência.