Horário de verão não volta neste ano, decide governo; retorno em 2025 será avaliado
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quarta-feira (16/10) que o governo federal não retomará o horário de verão neste ano. A decisão foi tomada após uma reunião com o Operador Nacional do Setor Elétrico (ONS), que concluiu que, para o verão de 2024, não há necessidade de implementar a medida.
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“Nós temos a segurança energética assegurada e um processo de recuperação hídrica ainda modesto, mas suficiente para avaliarmos a volta do horário de verão em 2025,” explicou Silveira. Segundo ele, o governo fará uma nova análise no ano que vem para decidir se a política será restabelecida.
A decisão de não adotar o horário de verão em 2024 também leva em consideração a logística necessária para sua implementação, como o ajuste das operações de setores como a aviação, que teria pouco tempo para se adequar caso a medida fosse adotada já em novembro deste ano.
O horário de verão, em vigor desde 1985 até sua suspensão em 2019, foi tradicionalmente implementado entre outubro e março. A intenção original era reduzir o consumo de energia elétrica, aproveitando melhor a luz natural durante os meses de maior demanda energética.
Embora o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) tenha recomendado a retomada da medida, o Ministério de Minas e Energia avaliou que as recentes chuvas melhoraram os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, evitando a necessidade do adiantamento dos relógios ainda em 2024.
O ONS afirma que o horário de verão poderia aumentar o aproveitamento de fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, além de reduzir a demanda máxima de energia em até 2,9%. No entanto, mudanças no comportamento da sociedade e no consumo de energia ao longo dos anos reduziram a eficácia da medida, culminando em sua suspensão pelo governo de Jair Bolsonaro.
A ideia de retomar o horário de verão não é impulsionada apenas pela economia de energia, mas pela possibilidade de reduzir o uso de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes. O horário de verão desloca o pico de consumo para um período em que há mais geração de energia solar, diminuindo a necessidade de acionar essas termelétricas.
Em 2021, durante a crise hídrica, o governo chegou a estudar a volta do horário de verão, mas a suspensão da medida resistiu, com a justificativa de que mudanças nos padrões de consumo e avanços tecnológicos tornaram a prática menos eficiente.
A retomada do horário de verão em 2025 depende, entre outros fatores, da revogação de um decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro, que encerrou a política em 2019.
