O investigador da Polícia Civil, identificado como Adson Gomes Miranda, foi espancado e perdeu três dentes após receber um chute no rosto em uma abordagem do Batalhão de Choque da Polícia Militar. O caso aconteceu no circuito Dodô (Barra/Ondina), na terça-feira (22/2), último dia de carnaval.
Imagens mostram o exato momento que o agente leva um chute no rosto e o detalhe é que ele já está com os joelhos no chão. Adson contou que estava na região do Cristo, na Barra, quando uma amiga pediu que ele a gravasse.
“De repente, percebi um PM me olhando de forma diferente. Após isso fui agredido por um policial, caí e na sequência me vi sendo agredido por cinco colegas PMs”, relata.
Ainda segundo o investigador, as pessoas gritavam alertando que ele era policial, mas mesmo assim continuava a ser agredido.
“A todo instante as pessoas gritavam tentando me socorrer e dizendo que eu era policial, mas não adiantava. Com certeza foi um caso de racismo, pela minha cor e pelo estilo do meu cabelo”, lamenta o policial.
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (SINDPOC), o caso, a pedido da Delegada Geral, Heloísa Campos de Brito, seguiu para ser investigado pela 5ª Delegacia em Periperi, com o delegado Ricardo Amorim.
“Nós negros também temos os nossos direitos, por isso, que não podemos aceitar situações como essas”, finalizou o investigador.
Além de Investigador da Polícia Civil, Adson é bacharel em Direito, possui pós-graduação em Direito Penal e especialização em Direito Processual.
Em nota, a Polícia Civil disse que o registro foi realizado em um dos postos da Polícia Civil situados no circuito, onde foram realizadas as oitivas e expedidas as guias periciais.
“Em seguida, o procedimento foi encaminhado para 14a DT/Barra, que vai dar prosseguimento à apuração. O Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), no qual o servidor é lotado, está acompanhando o caso”, finaliza a PC.
Já a PM limitou-se a dizer que o “fato está sendo apurado”.
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