A sensação de renovação da fé tomou conta das ruas, na mistura do som das charangas, do samba de roda e das baianas. O povo se alegrou e dançou muito.
Durante a tarde a lavagem seguiu com as bandas Samba do Boi, grupo Massemba e Dissidência.
A festa da Lavagem de São Braz de 2023 entra para a história. Seu filho querido, o maior gritador de Samba Chula, João Saturno – mais conhecido como Mestre João do Boi – faleceu, aos 78 anos, após passar mal no palco, fazendo o que mais amava, gritar samba chula com seus amigos e familiares.
São Braz: terra do Samba Chula
A chula é uma dança e gênero musical do Recôncavo Baiano. O ritmo é parte da cultura afro-brasileira. Nas festas populares a dança é bastante apreciada e envolve os observadores com seus passos curtos e movimentos cíclicos.
A música toca a história de um povo. Na Vila de São Braz, quilombo remanescente pertencente ao município de Santo Amaro da Purificação, um grupo carrega, oficialmente desde 1995, uma herança musical secular deixada pelos africanos vindos à Bahia para o trabalho escravo em engenhos coloniais: a chula, um samba que nasceu na escravidão.
Estima-se que a vila santo-amarense date do final do século 17. De lá pra cá, a chula – que é uma modalidade do samba de roda do Recôncavo baiano – não se perdeu entre as gerações quilombolas do local.
Dos tempos do Brasil colônia às décadas atuais, a chula da Bahia se adaptou à vida dos moradores, e as letras passaram a versar sobre o cotidiano rural dos trabalhadores no mar, na roça ou nos canaviais, sobre o amor simples de homens dedicados às mulheres e também sobre parábolas e mensagens religiosas.
A vila tem no braço de mar localizado em seu território uma das maiores fontes de renda. É por meio do sustento da pesca daquelas águas que Mário e a maioria dos habitantes proveem suas famílias.
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