Feira de Santana, a cidade que sai na frente e vira tendência na Bahia

Da micareta ao cinema, da música à história, a Princesa do Sertão se consolida como símbolo de pioneirismo, efervescência cultural e protagonismo estadual

Segunda maior cidade da Bahia, com mais de 616 mil habitantes, Feira de Santana construiu ao longo da história a fama de estar sempre à frente do seu tempo. Seja na cultura, na música, no cinema, na saúde ou até em fatos curiosos do noticiário, a Princesa do Sertão costuma protagonizar precedentes que depois se espalham pelo estado e pelo país.

Para o professor e poeta Márcio Junqueira, esse pioneirismo está ligado à posição geográfica estratégica — o maior entroncamento rodoviário do Brasil — e à subjetividade de uma cidade distante do litoral. Já o músico e documentarista Uyatã Rayara define Feira como uma “encruzilhada acolhedora e hostil”, marcada por intensas trocas culturais.

Esse espírito inovador aparece em diversos momentos históricos. Feira foi o primeiro município da Bahia a registrar um caso de covid-19, em março de 2020, e também o primeiro a confirmar uma morte suspeita por ingestão de metanol em bebidas adulteradas. Muito antes disso, em 1937, a cidade criou o primeiro carnaval fora de época do Brasil, a Micareta, tradição que completa 88 anos e inspirou eventos semelhantes em todo o país.

Na música, Feira revelou nomes fundamentais da cultura brasileira, como Luiz Caldas, considerado o pai da Axé Music, e Russo Passapusso, líder da BaianaSystem. No cinema, é berço do cineasta Olney São Paulo, referência nacional do documentário e homenageado com o Dia Nacional do Documentário Brasileiro.

A cidade também chama atenção por sua riqueza histórica e simbólica. Pesquisada pelo historiador norte-americano Rollie E. Poppino nos anos 1950, Feira já teve obra de Oscar Niemeyer e ganhou destaque internacional, como em reportagem publicada pelo The New York Times em 1966 sobre o comércio de gado local.

Espaços como o Feiraguay, maior centro de comércio popular do Norte e Nordeste, e manifestações culturais como o Samba da Praça do Tropeiro reforçam a identidade única da cidade. Para criadores de conteúdo como a arquiteta Manalula, Feira é um universo rico que precisa ser mais valorizado e representado.

Entre contrastes, criatividade e protagonismo, Feira de Santana segue sendo uma cidade potente, inquieta e em constante movimento — onde, como diz o ditado, se existe, tem; e se ainda não existe, é bem provável que comece por lá.

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