Caso Tainara: Defesa de acusado por feminicídio esclarece suspensão de julgamento em Cachoeira
Advogados alegam necessidade de acesso completo às provas digitais e reforçam princípio da presunção de inocência

Os advogados de defesa de George Anderson Santos se pronunciaram publicamente sobre a suspensão do julgamento que estava marcado para o dia 4 de dezembro de 2025, na Cachoeira. O réu é acusado de feminicídio e ocultação de cadáver em um caso que ganhou ampla repercussão na mídia, sendo frequentemente comparado ao episódio envolvendo o ex-goleiro Bruno.
Segundo a defesa, composta pelos advogados Bruno Moraes, Fred Lima e Marcos Peixoto, houve solicitação formal ao Judiciário para que fosse garantido o acesso integral às provas digitais produzidas durante a investigação. De acordo com eles, o volume e a complexidade dos dados armazenados exigem tempo adequado para análise técnica.

O pedido foi deferido pelo magistrado, o que resultou na suspensão do julgamento. A defesa sustenta que o acesso completo às provas é um direito fundamental do acusado, essencial para o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa.
Ainda conforme nota divulgada, os advogados reforçam que a presunção de inocência é um princípio constitucional que deve ser respeitado por todos os órgãos de acusação, sejam eles judiciais ou administrativos. “Estamos diante de duas famílias destruídas, uma com um ente desaparecido e outra com um ente custodiado nas masmorras do Estado”, diz trecho do posicionamento. A defesa também critica o uso político do caso por terceiros, classificando a prática como oportunismo diante da tragédia.

Entenda o caso
O desaparecimento de Tainara dos Santos ocorreu no dia 9 de outubro de 2024. Jovem negra, quilombola, mãe de duas crianças e trancista da comunidade de Acutinga Montecho, em Cachoeira, Tainara tinha 27 anos quando foi vista pela última vez.
Segundo relatos, ela esteve inicialmente em uma lan house acompanhada por homens desconhecidos e, em seguida, foi vista em uma praça com o ex-marido, George Anderson Santos. O relacionamento, que durou cerca de seis anos, foi marcado por episódios de agressões e violência. Meses antes do desaparecimento, Tainara havia registrado denúncia contra o ex-companheiro e possuía medida protetiva.
No dia do sumiço, testemunhas afirmaram que George realizou diferentes percursos com Tainara em seu veículo. Inicialmente, ele teria dito à família que a deixou em um posto de combustíveis na região conhecida como “KM 25”. Posteriormente, apresentou outras versões à polícia. Desde então, o corpo de Tainara nunca foi localizado.
Em março deste ano, foi realizada a audiência de instrução e julgamento, acompanhada por atos públicos que simbolizaram mais um capítulo na luta por justiça para a jovem quilombola.
O caso segue sob investigação e aguarda nova data para julgamento.
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