Caso Ana Léa: Júri condena a 28 anos de prisão homem acusado de matar ex-companheira em Amélia Rodrigues

O crime, ocorrido em 9 de novembro de 2008, completa 17 anos no próximo domingo.

O Tribunal do Júri condenou nesta segunda-feira (3/11) Gevaneide Gonçalves dos Santos a 28 anos de prisão em regime inicialmente fechado pelo assassinato de Ana Léa dos Santos Menezes. O crime, ocorrido em Amélia Rodrigues em 9 de novembro de 2008, completa 17 anos no próximo domingo.

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Ana Léa dos Santos Menezes – Foto: Arquivo pessoal

Familiares e amigos da vítima acompanharam o julgamento no Fórum da Comarca de Amélia Rodrigues, realizando uma mobilização em memória de Ana Léa e pedindo justiça. O júri começou às 8h da manhã e se estendeu até às 15h38.

Familiares e amigos de Ana Léa acompanharam o julgamento, realizando uma mobilização em memória da vítima – Foto: FALA GENEFAX

O julgamento foi conduzido pela juíza Iasmin Leão, com a acusação representada pelo promotor Márcio Belazzi. O réu, ouvido por videoconferência, foi defendido pelo advogado José Amâncio.

Gevaneide Gonçalves dos Santos foi condenado a 28 anos de prisão em regime fechado por matar a ex-companheira Ana Léa dos Santos Menezes com um tiro na cabeça

A sentença

De acordo com a sentença, o acusado agiu com premeditação e extrema crueldade, arquitetando todos os detalhes do crime. Ele se escondeu na residência da vítima e utilizou a própria filha de Ana Léa para atraí-la, efetuando um disparo à queima-roupa na cabeça da mulher. A juíza destacou que a ação do acusado demonstrou desprezo pela vida humana, ausência de arrependimento e elevado grau de culpabilidade.

O Tribunal considerou ainda que o homicídio foi motivado pelo fim do relacionamento conjugal e pelo sentimento de posse do réu sobre a vítima, fatores que aumentaram a gravidade do crime. A pena base fixada foi de 24 anos, acrescida de agravantes previstas na lei, totalizando 28 anos de reclusão. 

Família e amigos falam sobre condenação

Em entrevista ao FALA GENEFAX, Júnior Adalício Pinto, irmão de Ana Léa, falou sobre o alívio e a justiça alcançada com a condenação.

Júnior Adalício Pinto, irmão de Ana Léa – Foto: FALA GENEFAX

“A gente fica revoltado, mas também um pouco aliviado, porque o que ele fez é imperdoável. Só Deus pode julgar. Como seres humanos, temos nosso sentimento, e a gente queria que nada tivesse acontecido, que minha irmã estivesse aqui comigo, e não fosse vítima de um monstro assassino, mas agradeço que a justiça foi feita. Graças a Deus ele foi condenado. Agradeço à população que compareceu, especialmente àqueles que acreditaram e vieram dar uma força. Espero que ele fique preso o máximo de tempo possível, para que nunca mais cometa isso com nenhuma família, porque o sofrimento é muito grande”, disse.

Vaurisneia Cerqueira, amiga de Ana Léa – Foto: FALA GENEFAX

Vaurisneia Cerqueira, amiga de Ana Léa e colega de trabalho na época, também comentou sobre o impacto da condenação. “É como se hoje fosse novamente o dia do enterro dela… Aquela sensação de que só hoje ela vai descansar em paz. Só hoje a memória dela vai ser valorizada. Ele fugiu e viveu 17 anos como se nada tivesse acontecido, constituiu família e continuou fazendo outras vítimas. Agora, com 28 anos de prisão, temos a certeza de que ele não vai mais fazer isso com ninguém, não vai mais vitimar ninguém. Nossa dor vai receber um pouco de alívio, porque antes tínhamos o sentimento de impunidade; agora, a justiça foi feita”, afirmou.

Entenda o caso

Ana Léa tinha 30 anos, era mãe de dois filhos, Thaynna, de 10 anos, e Márcio Júnior, de 9, à época do crime. Filha de Maria Raquel dos Santos Menezes e Adalício Pinto de Menezes, ela morava na Rua do Monteiro, conhecida como Rua da Palha, em uma comunidade unida e tranquila, até que sua vida foi interrompida por um ato de extrema violência.

O réu, com quem Ana Léa manteve um relacionamento conturbado por cerca de dois anos, teria cometido o crime após meses de perseguições, ameaças e agressões. Desde o fim do relacionamento, ele passou a vigiá-la constantemente, ligava insistentemente e chegou a ameaçar abertamente tirar sua vida, dizendo a amigas da vítima que “a próxima Eloá da Bahia seria ela” — em referência ao caso Eloá Pimentel, que chocou o Brasil em 2008.

Mesmo sob terror, Ana Léa tentou seguir em frente e havia conquistado um emprego no banco Unibanco, onde o agressor continuou a persegui-la, chegando a observá-la da vidraçaria próxima à agência e ligar de dentro do local para fazer novas ameaças.

O crime que abalou Amélia Rodrigues

No dia 9 de novembro de 2008, o assassino se escondeu na casa de Ana Léa, duas residências depois da de sua mãe. Ele esperou que a vítima fosse até o local — e usou a própria filha, de 10 anos, para atraí-la, após pedir que a menina o chamasse.

Assim que Ana Léa entrou em casa, o homem a executou com um tiro à queima-roupa na cabeça, após aumentar o volume da televisão para abafar o som do disparo. O corpo foi encontrado por familiares momentos depois.

Desesperados, o cunhado de Ana Léa, Maurício Santana Gomes, e outros familiares tentaram socorrê-la, levando-a ao Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana. No entanto, ela não resistiu e teve morte cerebral constatada.

O autor do crime fugiu com ajuda de cúmplices, e só foi localizado quase anos depois, na zona rural do município de Tauá, no Ceará, onde vivia sob falso nome.

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