Enfermeira é morta asfixiada pelo ex-marido na frente do filho

Crime brutal reacende debate sobre feminicídios no Brasil e falhas na proteção às mulheres vítimas de violência doméstica

A enfermeira Ketyni Maria Gomes da Silva foi morta asfixiada pelo ex-marido, identificado como Jeferson, de 26 anos, na frente do filho de apenas dois anos, no bairro São Jorge, em Maceió (AL). O crime ocorreu dentro da casa da vítima e chocou a comunidade local pela brutalidade e frieza do autor.

Segundo a polícia, Jeferson não aceitava o fim do relacionamento. Após cometer o assassinato, ele confessou o crime e levou os policiais até o local, onde o corpo da enfermeira foi encontrado sobre uma cama de casal. No momento em que se entregou à polícia, o suspeito carregava nos braços o filho pequeno, que presenciou o crime.

O homem foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde permanece à disposição da Justiça. O caso está sendo investigado como feminicídio, crime previsto em lei para homicídios cometidos contra mulheres em razão do gênero.

Feminicídios em alta no Brasil e na Bahia

O assassinato de Ketyni é mais um episódio de uma epidemia de violência contra mulheres que assola o país. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, foram registrados 1.467 feminicídios no Brasil — o maior número desde a criação da lei que tipifica o crime, em 2015.

Na Bahia, dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) apontam 80 casos de feminicídio até 21 de outubro deste ano, apenas cinco a menos que o total registrado no mesmo período de 2023.

Casos recentes reforçam a urgência de medidas mais eficazes. Em Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia, as irmãs Elaine e Hiane Miranda de Araújo foram mortas a tiros pelo ex-marido de Elaine dentro de uma loja, mesmo com medida protetiva vigente.

Outro caso que causou comoção foi o de Laina Santana Costa Guedes, de 37 anos, assassinada a golpes de marreta pelo ex-companheiro em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Uma vizinha da vítima fez um apelo emocionado às autoridades:

“Se estava com medida protetiva, então a lei falhou. É necessário que as autoridades deem suporte às mulheres. Quero justiça”, declarou Jurema, moradora do condomínio.

Falta de proteção e pedidos de mudança

Os casos revelam uma grave falha no sistema de proteção às mulheres, que muitas vezes denunciam, pedem ajuda e seguem vulneráveis aos seus agressores. Especialistas defendem o fortalecimento das políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica, ampliação da rede de abrigos e resposta mais rápida das forças de segurança.

Enquanto isso, histórias como a de Ketyni, Elaine, Hiane e Laina seguem ecoando como gritos por justiça e empatia, lembrando que cada número nas estatísticas é uma vida interrompida pela violência de gênero.

 

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