Setembro Amarelo: em sessão da Câmara, coordenadora do CAPS de Amélia Rodrigues destaca a importância do debate sobre saúde mental

A 22ª sessão ordinária da Câmara Municipal de Amélia Rodrigues, realizada nesta terça-feira (23/9), trouxe à tona uma discussão sobre um tema de grande relevância: a saúde mental. A psicóloga Thabata Arnaud, coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, utilizou a tribuna para explicar a importância do Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do suicídio.

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Thabata explicou a origem da campanha, que começou nos Estados Unidos após a morte de um jovem. A família do rapaz decidiu conscientizar a sociedade sobre a importância de perceber sinais de sofrimento emocional. A cor amarela foi escolhida em referência ao carro que o jovem estava reformando nos últimos meses de vida. No Brasil, a campanha foi adotada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Thabata Arnaud, psicóloga e coordenadora do CAPS de Amélia Rodrigues – Foto: FALA GENEFAX

A psicóloga ressaltou que o suicídio é uma questão de saúde pública: “No Brasil, temos aproximadamente 14 mil mortes por ano. No mundo, aproximadamente, segundo a OMS, 700 mil mortes por ano. É uma morte a cada 40 segundos. E aqui na América Latina, em contramão ao resto do mundo, os índices infelizmente vêm aumentando.”

Ela também destacou que não existe um “perfil” específico de pessoas em risco: tanto jovens quanto idosos estão entre os grupos mais vulneráveis. Thabata compartilhou experiências do Hospital Geral Clériston Andrade, onde trabalha como psicóloga hospitalar, apontando que muitos idosos sofrem com solidão e dificuldades em lidar com o envelhecimento, enquanto jovens enfrentam pressão escolar, uso de substâncias e isolamento social.

Além disso, a psicóloga explicou fatores de risco e de proteção: transtornos mentais, histórico familiar, perdas, isolamento e violência são fatores de risco; já rede de apoio, familiares, amigos, atividades culturais, esportivas e fé são fatores de proteção.

Ela enfatizou a importância de acolher sem julgar, validar sentimentos e encaminhar para atendimento profissional quando necessário. “A gente tem dificuldade, às vezes, de ouvir. Queremos muito aconselhar logo, dar uma solução, uma palavra, mas, às vezes, só precisamos ouvir. Validar os sentimentos, não minimizar ou criticar. E, se possível, ajudar encaminhando pra uma ajuda profissional.”

Thabata ainda destacou o papel da sociedade: “É preciso educação emocional nas escolas, nas associações de bairro, nos PSFs, além de espaços de escuta e apoio que incentivem conversas sobre emoções e promovam o autocuidado. São ações simples do dia a dia que podem servir como prevenção. E, enquanto poder público, precisamos refletir sobre a implementação e ampliação de políticas públicas de saúde mental, bem como o fortalecimento da  Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).”

Vereadora Nete de Tia Za (PT) – Foto: FALA GENEFAX

A vereadora Nete de Tia Za (PT) parabenizou a psicóloga Thabata pela explanação e destacou a importância de discutir o tema no município. “Esse tema é de suma importância, precisamos ampliar essa discussão em nosso município. Esta casa precisa, sim, se debruçar sobre o assunto, discutir, para que possamos entender melhor como a Câmara pode ajudar, seja por meio de projetos ou emendas”, pontuou.

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