Feira Literária e Cultural de Amélia Rodrigues promove interação entre escritores e leitores na Vila Literária Fátima Freitas
A Feira Literária e Cultural de Amélia Rodrigues (FLICAR) consolida, mais uma vez, seu papel como espaço de valorização da literatura regional e nacional. Desde a primeira edição, a feira dá destaque aos escritores, oferecendo oportunidades para que apresentem suas obras, conversem com o público e inspirem novas gerações de leitores. Neste ano, um dos grandes destaques é a Vila Literária Fátima Freitas, ambiente dedicado a lançamentos, vendas de livros e interação direta com visitantes de todas as idades.
FLICAR 2025: veja a programação da Feira Literária e Cultural de Amélia Rodrigues
Na tarde desta sexta-feira (19/9), crianças, jovens e adultos se reuniram para conhecer autores e explorar obras que transitam entre o universo infanto-juvenil e o adulto. O escritor Gigedo da Silva Cruz, apresentou A Pequena Baba, obra que presta homenagem à sua mãe, Mari Barbosa, que é também escritora, professora e exemplo de superação.
“É uma homenagem que faço dela enquanto mulher negra que conseguiu sair do interior da Bahia, vencer nos estudos, se formar como professora universitária e construir uma trajetória de sucesso. O exemplo dela é muito importante para mim e para minha família”, afirmou o autor. A homenageada, emocionada, destacou o valor do esforço coletivo e da educação: “Graças ao esforço de meus pais e ao apoio das minhas professoras, consegui alcançar meus objetivos. Hoje vejo meus filhos e netos formados, e isso me realiza profundamente.”
Além da promoção da leitura, a FLICAR 2025 reforça a importância da representatividade, especialmente da população negra, na literatura e na educação. Gigedo destacou que seu livro contribui para que as crianças e jovens se reconheçam na história e vejam exemplos de superação e vitória dentro da própria realidade.
O espaço também celebrou a obra de Mima Belmon, com o livro Cartas às Meninas, dedicado principalmente às meninas, mas com mensagens universais. O livro aborda temas como sororidade, empatia e autoestima, e inclui um glossário explicativo para ajudar as crianças a compreenderem conceitos importantes desde cedo. “Fiz um espaço dentro do livro para que as meninas possam escrever suas próprias cartas. Acreditamos que valores como auto empatia e solidariedade devem ser cultivados desde cedo”, explica a autora.
A FLICAR não apenas apresenta obras literárias, mas também valoriza a presença da escola pública e da educação local. Professores, coordenadores e gestores estiveram presentes, participando ativamente das atividades. Para José da Boa Morte, que acompanha a feira desde sua primeira edição, “é espetacular ver a evolução da FLICAR, com autores de várias partes do Recôncavo e de outros territórios. A mobilização da prefeitura, das escolas e da comunidade trouxe respostas muito positivas, e a feira cresce a cada ano.”
Entre os títulos expostos, estavam desde clássicos da literatura mundial, como Doze Anos de Escravidão, de Solomon Northup, e Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, até obras de autores locais e regionais, como Terceiro da Madrugada, de Lúcia, de São Francisco do Conde, e Colheitas Ancestrais e Primavera, do coletivo Arte e Poesia. A diversidade de gêneros e estilos literários reforça o caráter inclusivo e plural da feira.
Com mais autores, mais público e um amplo espaço para interação, a FLICAR 2025 consolida-se como um ambiente de incentivo à literatura, à educação e à cultura local, fortalecendo a relação entre escritores, leitores e a comunidade. A feira segue até este domingo (21) com uma programação diversificada, homenageando a cidade e seus talentos literários, e oferecendo oportunidades únicas de aproximação entre autores e público.
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