“É revolucionário, um ato de resistência”, afirma Marcos Cajé sobre homenagem na FLICAR

Professor, mestre em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas, e autor de obras de literatura afro-fantástica e afro-afetiva, Marcos Cajé se prepara para viver dias memoráveis na 4° edição da Feira Literária e Cultural de Amélia Rodrigues (FLICAR). O evento, que acontece entre os dias 18 e 21 de setembro, no centro da cidade terá o escritor como um homenageados, celebrando sua trajetória e contribuição para a valorização da cultura afro-brasileira.

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O escritor baiano, que recentemente passou por uma situação delicada de saúde, comemorou o reconhecimento como um ato de resistência e uma celebração de sua trajetória, afinal, em 2025, ele completa 13 anos de carreira literária.

“Fiquei extremamente em choque, mas um choque bom. A emoção foi tão grande que fui  às lágrimas. Ser homenageado pela FLICAR é algo, pra mim, revolucionário, pelo meu trabalho, um ato de resistência, política. […] que me dá garra, força e vontade de escrever mais, de publicar mais”, disse, emocionado. “Que bom ter essa homenagem em vida! Principalmente para mim que passei por um momento tão difícil esse ano”, disse referindo-se ao infarto que sofreu no início do ano.

Marcos Cajé é um “escritor das infâncias”. Com 12 obras publicadas, através dos universos e personagens que cria, busca fortalecer a autoestima, o poder de pertencimento e o reconhecimento das identidades negras. O que, de acordo com ele, está essencialmente ligado ao tema da 4° edição da FLICAR: “Literatura e Diversidade: cultivando saberes, respeito e pertencimento”.

“Esse tema dialoga muito com meu trabalho de pesquisador e de escritor! Na literatura para as infâncias principalmente de que todo pretinho e pretinha se sinta pertencido e com direito de ser protagonista de suas histórias”, afirmou.

A Feira Literária e Cultural de Amélia Rodrigues é uma festa integralmente realizada pela Prefeitura por meio da Secretaria de Educação, Esporte e Cultura de Amélia Rodrigues (SEMEAR), sem qualquer patrocínio. Um evento que movimenta toda a cidade e regiões circunvizinhas em prol da cultura, música, literatura e arte, o que para Marcos Cajé torna a FLICAR ainda mais especial.

“Importante demais o interior ocupar um lugar de fala através das narrativas literárias pois o interior é movimento é riqueza! Não só as capitais. A prefeitura necessita e tem que fomentar a arte, educação e a diversidade através do ler: esse ler é vida, é o ler através dos livros, do afeto e do compromisso. Educação e literatura é um caminho ancestral”.

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