IBGE revela os nomes mais registrados no Brasil desde 1930
Levantamento do IBGE revela os nomes mais registrados desde 1930 e mostra como cultura, fé e mídia moldam a identidade dos brasileiros

Imagine abrir um álbum de família da década de 1930 e encontrar nomes que ainda hoje figuram entre os mais escolhidos pelos brasileiros. Isso é o que revela o projeto “Nomes no Brasil”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mapeou os registros civis desde o início do século 20. O levantamento mostra como certas escolhas resistem ao tempo — enquanto outras surgem como modismos e desaparecem tão rapidamente quanto surgiram.
Segundo o IBGE, três fatores principais explicam o sucesso dos nomes que nunca saem de moda: a influência religiosa, com forte presença de nomes bíblicos; a continuidade familiar, por meio de homenagens a pais e avós; e o impacto da mídia, como novelas e celebridades que popularizam personagens e nomes.
Tradição que resiste ao tempo
No topo da lista está o nome Maria, com mais de 11,7 milhões de registros, seguido por José, Ana e João. Esses nomes representam não apenas fé, mas também familiaridade e simplicidade, elementos que os tornam fáceis de pronunciar, escrever e lembrar.
Confira os 20 nomes mais registrados no Brasil:
Maria – 11.734.129
José – 5.754.529
Ana – 3.089.858
João – 2.984.119
Antônio – 2.576.348
Francisco – 1.772.197
Carlos – 1.489.191
Paulo – 1.423.262
Pedro – 1.219.605
Lucas – 1.127.310
Luiz – 1.107.792
Marcos – 1.106.165
Luís – 935.905
Gabriel – 932.449
Rafael – 821.638
Francisca – 725.642
Daniel – 711.338
Marcelo – 693.215
Bruno – 668.217
Eduardo – 632.664
O novo e o exclusivo
Se por um lado os nomes tradicionais mantêm firme sua posição, por outro há uma crescente busca pela originalidade. Nomes curtos, estrangeiros ou com grafias alternativas refletem pais que desejam singularidade. Essa tendência reflete mudanças na sociedade: valorização da identidade individual, influência das redes sociais e globalização cultural.
Significado é o que importa
Mais do que uma escolha estética, o nome é uma marca de identidade, que acompanha a pessoa por toda a vida. Por isso, especialistas recomendam que a decisão vá além da moda e leve em conta o significado afetivo e cultural.
A pesquisa do IBGE mostra que, entre a tradição e a inovação, o essencial é que o nome escolhido conte uma história — de fé, de família ou de liberdade criativa. Afinal, cada nome é uma forma de dizer ao mundo quem somos.
🔹 Nomes modernos e curtos (tendência atual)
Gael – origem celta, significa “belo e generoso”
Luna – latina, “lua”
Theo – grego, “Deus”
Lia – hebraico, “portadora de boas notícias”
Noah – hebraico, “descanso”, muito popular internacionalmente
Zoe – grego, “vida”
Ben – hebraico, “filho”
Maya – sânscrito, “ilusão”, ou latina, “grande”
Léo – latim, “leão”
Nina – de vários significados possíveis: “menina” (espanhol), “graça” (hebraico), “fogo” (quíchua)
🔹 Nomes com grafia diferenciada
Kael (variação de Gael)
Jhulya (versão alternativa de Júlia)
Enzoh (variação de Enzo)
Bryan (variação internacional de Brian)
Allana (mais elaborado que Alana)
Heitorr (forma estilizada de Heitor)
🔹 Nomes com inspiração internacional
Milan – popular na Europa, significa “amoroso” (eslavo)
Aurora – romana, “deusa do amanhecer”
Ezra – hebraico, “ajuda”
Elena – grego, “reluzente”, “resplandecente”
Sophie – francês, “sabedoria”
Romeo – italiano, “peregrino”
Valentina – latim, “forte, saudável”
Davi Lucca – junção moderna com sonoridade forte
🔹 Nomes com significado espiritual ou simbólico
Salomão – “paz”
Aurélia – “dourada”
Isaac – “aquele que traz alegria”
Serena – “tranquila”
Malakai – hebraico, “mensageiro de Deus”
Amora – remete à doçura e natureza
Eloa – derivado de Elohim, “Deus” em hebraico
Artemis – grega, deusa da caça e da natureza