Davi Alcolumbre é reeleito presidente do Senado e promete pacificação

Davi Alcolumbre (União-AP) foi eleito pela segunda vez presidente do Senado, conquistando uma vitória expressiva com 73 votos. Em discurso neste sábado (1°), o senador declarou que pretende buscar o consenso com “respeito” e “cordialidade”, além de trabalhar para iniciar um processo de “pacificação” no país.

Seus adversários foram os senadores Marcos Pontes (PL-SP), que não contou com o apoio de sua própria sigla, e Eduardo Girão (Novo-CE). Além deles, Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (Podemos-MS) chegaram a se apresentar como candidatos, mas desistiram momentos antes da votação.

A vitória de Alcolumbre ocorre cinco anos após ele deixar o comando do Senado, em 2021, quando articulou a eleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como seu sucessor. Agora, Pacheco retribuiu o apoio e foi um dos articuladores do retorno de Alcolumbre à presidência. Em sua vitória anterior, Alcolumbre foi eleito com 42 votos contra Renan Calheiros (MDB-AL), em uma disputa acirrada.

Apoio no governo e na oposição

Alcolumbre mantém influência no governo Lula, com dois ministros indicados – Waldez Góes (Integração Nacional) e Juscelino Filho (Comunicações) –, mas também faz acenos à oposição. Sua gestão terá o PL de Bolsonaro na vice-presidência e os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Damares Alves (Republicanos-DF) como presidentes das comissões de Segurança Pública e Direitos Humanos, respectivamente.

Comando da CCJ e medidas polêmicas

Desde 2021, após deixar a presidência do Senado, Alcolumbre comandou a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde fez gestos à oposição. Entre as medidas que colocou em votação está o projeto do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, que foi aprovado mesmo com a oposição do governo. Ele também acelerou a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões monocráticas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), uma pauta defendida por setores da oposição.

Ex-aliado de Bolsonaro

Outro movimento que desagradou a base governista foi a escolha do senador Efraim Filho (União-PB), ex-aliado de Jair Bolsonaro, para relatar uma PEC que torna crime o porte de qualquer quantidade de drogas. A proposta contraria a descriminalização defendida por setores da esquerda e está sendo julgada no STF.

— Peço o apoio de todas e todos, para que possamos, juntos, guiar o Senado e o Congresso com altivez, equilíbrio e independência, sempre em favor do Brasil. O Brasil clama por pacificação, por um ambiente de respeito e cordialidade, onde as diferenças sejam vistas como oportunidades de crescimento — afirmou Alcolumbre em seu discurso.

Ranking de votos na eleição do Senado

  1. Mauro Benevides (1991) – 76 votos
  2. José Sarney (2003) – 76 votos
  3. Davi Alcolumbre (2025) – 73 votos
  4. Renan Calheiros (2005) – 72 votos
  5. ACM (1999) – 70 votos
  6. José Sarney (2011) – 70 votos
  7. Nelson Carneiro (1989) – 70 votos
  8. Humberto Lucena (1993) – 69 votos
  9. Humberto Lucena (1987) – 67 votos
  10. José Sarney (1995) – 61 votos
  11. Eunício Oliveira (2017) – 61 votos

 

 

 

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