Léo Batista, ícone do jornalismo brasileiro, morre aos 92 anos

Faleceu neste domingo (19), aos 92 anos, Léo Batista, um dos maiores nomes da história do jornalismo brasileiro. O lendário jornalista estava internado no Hospital Rios D’Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde enfrentava complicações decorrentes de um tumor no pâncreas. Com 77 anos dedicados à profissão, sendo 54 deles na TV Globo, Léo Batista deixa um legado inigualável, marcado por pioneirismo, versatilidade e carisma.
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Uma carreira de conquistas e inovações
Nascido em 22 de julho de 1932, em Cordeirópolis, interior de São Paulo, João Baptista Bellinaso Neto iniciou sua trajetória no jornalismo aos 15 anos, trabalhando no serviço de alto-falantes de sua cidade natal. Em 1952, chegou ao Rio de Janeiro para atuar na Rádio Globo, onde adotou o pseudônimo Léo Batista. Três anos depois, migrou para a televisão, apresentando o Telejornal Pirelli na extinta TV Rio.
Na TV Globo, para onde foi contratado em 1970, Léo se destacou como coringa da comunicação, assumindo diversos projetos com seu estilo dinâmico e inovador. Foi o primeiro apresentador do Jornal Hoje (1971), do Esporte Espetacular (1973) e do Globo Esporte (1978). Durante décadas, também foi a voz dos gols do Fantástico, popularizando a famosa “Zebrinha”.
Momentos históricos
Léo Batista esteve presente em momentos marcantes da história, como ao ser o primeiro locutor a noticiar a morte do presidente Getúlio Vargas, em 1954. No esporte, foi pioneiro na transmissão de modalidades como surfe e Fórmula 1 e narrou o primeiro jogo de Mané Garrincha, em 1953. Participou de todas as edições da Copa do Mundo desde 1950, seja in loco ou à distância.
Torcedor apaixonado do Botafogo, recebeu em vida uma homenagem do clube, que batizou uma das cabines de imprensa do Estádio Nilton Santos com seu nome.
Humildade e legado
Apesar de sua grandiosidade no jornalismo, Léo manteve a humildade como marca registrada. “A vida é dinâmica. É preciso evoluir, se adaptar, acompanhar as mudanças na sociedade. Isso vale para tudo”, afirmou em entrevista ao Globo.
Após perder sua esposa, Leyla Chavantes Belinaso, em 2022, Léo Batista seguia ativo e comprometido com a profissão, contribuindo até os últimos anos com sua experiência e paixão pela comunicação.
Léo Batista deixa duas filhas, Cláudia e Mônica, e um legado que transcende gerações. Como ele mesmo refletiu certa vez: “Só morre de verdade quem nunca mais é lembrado.” Certamente, o jornalista será lembrado como uma figura emblemática do jornalismo brasileiro, cuja voz e presença marcaram a história da mídia no país.