Quatro pessoas são presas em operação que investiga esquema de corrupção e fraudes em contratos públicos

Na manhã desta segunda-feira (23/12), a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da Operação Overclean, resultando na prisão de quatro pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa responsável por fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A operação ocorreu em Salvador, na sede da Prefeitura de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado.
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Entre os detidos estão figuras importantes da política e administração pública baiana, além de um policial federal. Os presos são:
- Vidigal Galvão Cafezeiro Neto, vice-prefeito de Lauro de Freitas, responsável pelo Fundo Municipal de Saúde. Ele é acusado de receber pagamentos mensais e de ter dívidas pessoais quitadas pela organização criminosa, por meio de contratos fraudulentos com a empresa PAP Saúde Ambiental LTDA.
- Carlos André de Brito Coelho, ex-prefeito de Santa Cruz da Vitória, identificado como operador financeiro e político do esquema. Ele é acusado de organizar contratos fraudulentos e de receber propinas, com valores significativos registrados em planilhas e depósitos feitos por empresas fantasmas.
- Lucas Moreira Martins Dias, atual secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista. O ex-chefe do Gabinete Civil da cidade também é suspeito de facilitar contratos irregulares com a empresa Larclean Saúde Ambiental LTDA, recebendo propinas por meio de depósitos fracionados e mantendo registros informais de contabilidade.
- Rogério Magno Almeida Medeiros, policial federal, que fornecia informações privilegiadas sobre investigações em andamento à organização criminosa. Ele recebia pagamentos mensais e benefícios pessoais dos líderes do grupo.
Além dos presos, a Polícia Federal afastou Lara Betânia Lélis Oliveira, servidora da Prefeitura de Vitória da Conquista, do cargo que ocupava.
A Operação Overclean é parte de uma força-tarefa entre a Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF), Receita Federal e a Controladoria-Geral da União, visando desmantelar um esquema de corrupção de grandes proporções. Na primeira fase da operação, que ocorreu no início de dezembro, 15 pessoas foram presas, e a investigação revela que o grupo movimentou aproximadamente R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 825 milhões apenas em contratos com órgãos públicos no ano de 2024.
De acordo com a Receita Federal, a organização criminosa utilizava um esquema estruturado para desviar recursos públicos, principalmente provenientes de emendas parlamentares e convênios, direcionando-os para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais. Os contratos superfaturados foram firmados com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), e os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, além de lavagem de dinheiro.
A investigação continua, e a operação promete mais desdobramentos nos próximos dias.