Adolescente é indiciado por ato análogo a homicídio culposo após acidente com cerol que matou trabalhador rural

O adolescente de 17 anos suspeito de ser o responsável pelo acidente que matou o trabalhador rural Adenilson Moraes de Araújo, de 37 anos, em 1º de setembro, foi indiciado por ato análogo a homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A conclusão do inquérito, conduzido pela Polícia Civil, aponta que o jovem, que estava empinando pipa com cerol, causou a morte de Adenilson em um trágico acidente ocorrido na BR-101, no município de Eunápolis, no extremo sul da Bahia.
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De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Adenilson trafegava pela BR-101, no km 714, quando a linha de pipa com cerol atingiu seu pescoço. O corte profundo provocado pela linha fez com que ele perdesse o controle do veículo, que acabou caindo. O trabalhador morreu no local, vítima do impacto e da gravidade do ferimento.
A investigação revelou que três adolescentes estavam empinando pipas no momento do acidente, mas apenas um deles, o rapaz de 17 anos, foi apontado como responsável pelo ato. O uso de cerol, uma mistura de cola com vidro, é conhecido por ser extremamente perigoso e é proibido pelo Código Penal Brasileiro desde 2006, por expor a vida e a saúde de outras pessoas a risco iminente, conforme o artigo 132.
Apesar da proibição, o uso de cerol continua a ser uma prática comum, especialmente entre adolescentes, o que tem gerado inúmeras tragédias. Em resposta a essa realidade, um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional visa tornar a proibição mais específica e rigorosa. Em fevereiro deste ano, a Câmara dos Deputados aprovou um texto que criminaliza o uso de cerol em pipas. O projeto, que ainda está em análise no Senado, prevê penas de multa, que podem variar de R$ 500 a R$ 2,5 mil, com possibilidade de aumento em caso de reincidência.
A Polícia Civil concluiu que o adolescente não tinha intenção de matar, o que resultou no indiciamento por homicídio culposo. Entretanto, o caso ainda segue sob análise, e a pena para o adolescente, caso seja condenado, será determinada pelo juiz responsável.