Superação e pioneirismo: Ameliense se torna a primeira tetraplégica a se formar na UFRB

Ao enfrentar incertezas e desafios, Raimunda Batista, de Amélia Rodrigues, fez história ao se tornar a primeira estudante tetraplégica a concluir um curso na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A cerimônia de colação de grau em Serviço Social aconteceu em 25 de setembro, no auditório do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira.

Após um acidente que a deixou tetraplégica, Raimunda decidiu, em 2018, retomar os estudos. A motivação veio de uma conversa com uma amiga de infância. “Minha vida era muito ativa, e de repente tudo mudou. Fiz o ENEM, fui contemplada por cotas para pessoas com deficiência e escolhi a UFRB pela sua história de lutas sociais”, contou Raimunda, que rapidamente se apaixonou pelo curso de Serviço Social.

Vencendo desafios acadêmicos e pessoais

Mudando-se sozinha para Cachoeira, Raimunda enfrentou barreiras como a falta de acessibilidade e a adaptação a um novo ambiente. Durante a pandemia, voltou para Amélia Rodrigues e continuou as aulas on-line. Com o retorno presencial, viajava até 50 quilômetros, duas ou três vezes por semana, para assistir às aulas, contando com transporte fornecido pela universidade e suporte do Núcleo de Políticas de Inclusão (NUPI).

Apesar do apoio institucional, Raimunda lembra que a conquista veio com muita luta. “Nada foi fácil. Para ter acesso a esses recursos, precisei lutar muito. Mas tive pessoas incríveis ao meu lado, como estudantes, professores e amigos que tornaram o caminho menos árduo.”

Inspiração para outras gerações

Raimunda, a primeira entre seus nove irmãos a alcançar o ensino superior, já inspirou dois de seus irmãos e uma cunhada a voltarem a estudar. Sua jornada se tornou um exemplo de determinação. “Quero que outras pessoas com deficiência saibam que esse é o nosso lugar. É preciso lutar e ocupar os espaços acadêmicos, porque somos capazes. Eu faria tudo de novo”, afirmou.

Planos para o futuro

Movida por sonhos e determinação, Raimunda já vislumbra o próximo desafio: prestar concurso público para atuar na área de Serviço Social. “O tempo todo pessoas com deficiência precisam provar que são capazes. Quero continuar mostrando isso e inspirar muitas Raimundas a entrarem e se destacarem nesses espaços.”

A história de Raimunda Batista é um marco de superação e inclusão, destacando o impacto do acesso à educação como ferramenta de transformação pessoal e social.

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