Bahia lidera ranking de mortes violentas e enfrenta crise de impunidade nos homicídios

A Bahia ocupa, desde 2022, a liderança nacional em mortes violentas e letalidade policial, mas enfrenta uma taxa alarmantemente baixa de resolução desses crimes. Apenas 15% dos 5.044 homicídios ocorridos no estado em 2022 foram solucionados, o menor índice do Brasil, segundo o Instituto Sou da Paz, que divulgou na última segunda-feira (11) o sétimo relatório da pesquisa “Onde Mora a Impunidade?”.

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Esse cenário reforça a sensação de impunidade entre a população baiana, impactada pelo crescimento dos homicídios e pela baixa taxa de elucidação dos casos. Beatriz Graeff, coordenadora de projetos do instituto, aponta a sobrecarga nas estruturas de investigação como uma das causas. “As forças de segurança podem não ter tido tempo de se preparar para o aumento das mortes violentas, o que reduz a capacidade de esclarecimento”, observa. Ela também destaca a falta de investimento em inteligência e perícia técnica como fatores críticos para a baixa taxa de resolução.

Carolina Ricardo, diretora do Instituto Sou da Paz, alerta para as consequências do descrédito nas instituições de segurança pública. Segundo ela, a falta de resposta aos crimes pode incentivar a população a buscar “justiça com as próprias mãos” e fortalecer o ciclo de vingança. “Isso não só alimenta o crime organizado, como gera uma sensação de injustiça, perpetuando o sofrimento das famílias das vítimas”, explica.

Casos Sem Solução: A Dor das Famílias

Entre os casos que ilustram a impunidade na Bahia está o assassinato do casal de influenciadores Rodrigo da Silva Santos, o DG Rifas, e Hynara Santa Rosa, a Naroka, executados dentro de um condomínio em Barra de Jacuípe em dezembro de 2022. Mesmo prestes a completar dois anos, o crime segue sem solução, deixando uma marca de incerteza e dor para a família.

O caso do personal trainer Wellington Jesus dos Santos, morto a tiros em novembro de 2022 em Salvador, e o do professor Rodrigo de Sousa Santos, assassinado em setembro de 2022 dentro de sua academia em Camaçari, também continuam sem resolução. Esses casos exemplificam um ciclo que mistura impunidade, descrença na justiça e dor para as famílias, que aguardam respostas.

A Secretaria de Segurança Pública da Bahia e a Polícia Civil foram questionadas sobre possíveis estratégias de priorização desses crimes, mas não responderam às solicitações. O Ministério Público também foi procurado para fornecer dados atualizados sobre as denúncias feitas nos últimos anos, mas não se manifestou.

A Bahia, que sofre com os índices alarmantes de violência e a ineficácia na resolução dos homicídios, parece estar presa em um ciclo de insegurança e impunidade que desafia as autoridades e expõe as fragilidades no sistema de justiça estadual.

 

 

 

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