VÍDEO: pastor diz que autismo é ‘o diabo no ventre das mães’; caso será levado ao Ministério Público

O instituto que denunciou o caso disse que a fala é absurda e tem impacto direto na inclusão das pessoas com autismo na sociedade

Um pastor, identificado como Washington Almeida, foi denunciado por discriminação contra pessoas com deficiência após dizer que o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é o “diabo visitando o ventre das desprotegidas”. A cena aconteceu durante o aniversário da Assembleia de Deus, na última sexta-feira (12/7), em Belém, no Pará.

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O Instituto de Defesa, Desenvolvimento e Apoio à Pessoa com Autismo do Pará, que denunciou o caso, disse que a fala é absurda e tem impacto direto na inclusão das pessoas com autismo na sociedade. A Associação Nacional para Inclusão das Pessoas Autistas também repudiou a declaração do pastor e afirmou que o discurso reforça estereótipos e atrasa décadas de esforços para criar uma sociedade mais inclusiva.

“A desinformação gerada por declarações como essa dificulta a aceitação e a inclusão plena das pessoas autistas. Nossa missão é combater a ignorância e promover um ambiente de respeito e dignidade para todos. Declarações irresponsáveis e criminosas apenas dificultam esse caminho e destacam a importância de nossa luta contínua’, disse Guilherme de Almeida, presidente da Associação.

Tanto o Instituto quanto a Associação afirmaram que vão levar o caso para o Ministério Público no Pará.

Em um momento do discurso, Washington disse que os ventres das mulheres desprotegidas da espiritualidade são manipulados e visitados pela escuridão, destruindo as crianças que nascem:

“As crianças hoje, de cada 100, nós temos aí 30% de autistas em vários graus. O que é que está acontecendo? O diabo está visitando o ventre das desprotegidas, daqueles que não têm a graça, a habilidade, a instrumentalidade para lidar com o mundo espiritual. E ele só procura os vulneráveis, os desassistidos”.

Nesta quinta-feira (17), após a repercussão negativa, o pastor postou um vídeo nas redes sociais para pedir desculpas: “Quero me retratar com os autistas, com pais e crianças autistas. Durante minha preleção, fui muito infeliz e esse não é meu caráter”, disse.

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