Um mês após desparecimento de taxista de Conceição do Jacuípe, esposa detalha rotina do marido 24h antes do sumiço
Josean Souza Miranda tinha corrida agendada e paga com antecedência em Salvador no dia 15 de abril.

O taxista Josean Souza Miranda, de 35 anos, desapareceu em 15 de abril deste ano, após sair de casa, em Conceição do Jacuípe, para fazer uma corrida em Salvador. O caso é investigado pela polícia como sequestro, mas um mês após o sumiço, familiares e amigos seguem sem respostas.
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“É muito ruim não saber o que aconteceu, ficar na esperança de que ele está bem, mas não ter nenhum retorno”, desabafou a esposa do taxista, Quelle Cristina.
No último contato com os amigos, Josean pediu dinheiro emprestado, mas não detalhou o motivo. A última novidade no caso foi em 18 de abril, quando o táxi usado por ele foi encontrado queimado, na BA-526, em uma área de difícil acesso. O veículo foi levado para a perícia, mas o resultado ainda não foi divulgado.
A esposa do taxista, que detalhou como foi a rotina do marido 24 horas antes do seu desaparecimento. Confira:
– Josean morava em Conceição do Jacuípe. Ele saiu de casa em 14 de abril para trabalhar.
– O taxista não foi direto buscar os passageiros. Primeiro, ele passou a noite no bairro de Cajazeiras, em Salvador, na casa de uma amiga.
– Na madrugada de 15 de abril, às 3h, Josean saiu de Cajazeiras para buscar os passageiros.
– A corrida estava agendada há um mês e já tinha sido paga com antecedência. A esposa de Josean não soube informar o bairro onde o taxista buscaria os passageiros, nem onde eles seriam deixados. O contato da pessoa que agendou a corrida foi passado para a polícia.
– Ainda no dia 15 de abril, às 6h40, Quelle entrou em contato com o marido. Segundo ela, era comum os dois se falarem neste horário e a ligação ocorreu normalmente.
– Momentos depois, em conversa por telefone com a amiga de Cajazeiras, Josean contou que estava “passando por uma situação” no bairro de Fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador, mas estava bem.
– Ainda no início da manhã do dia 15 de abril, o taxista mandou mensagens para amigos. Nos áudios enviados por um aplicativo de mensagens, ele pediu dinheiro emprestado e disse que devolveria o valor durante a noite, após o fim do expediente. Os áudios enviados foram as últimas interações entre Josean e os colegas. Depois o telefone dele foi desligado.
– Dias depois, os áudios foram enviados dos amigos do taxista para Quelle. Ela contou que nas gravações era possível ouvir sons de grilos e de vegetação. A voz do marido também estava “abafada”. Ela acredita que, quando gravou os áudios, Josean já havia sido sequestrado.
– Ainda no dia 15 de abril e em 16 de abril, dois homens entraram em contato com a esposa de Josean por dois números de telefone diferentes. Eles disseram que estavam com o taxista e cobraram pelo resgate. Quando Quelle pediu uma foto do marido, eles desligaram. Após o segundo contato, em 16 de abril, ela registrou queixa na delegacia.
– Em 19 de maio, quatro dias após o desaparecimento, o táxi de Josean foi encontrado queimado na BA-526. Segundo o delegado responsável pelo caso, Adailton Adam, o veículo foi encontrado devido o GPS do celular de Josean. A área é de difícil acesso devido a densidade da mata.
– A esposa do taxista contou que o sigilo bancário de Josean foi quebrado. O objetivo era descobrir quem fez os pix para ele e para quem esses valores foram repassados. A polícia não confirmou as informações.
