Deputado bolsonarista diz que “punirá” filha caso ela tire nota boa na prova do Enem

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) declarou, durante sessão na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8/11), que sua filha de 17 anos “vai sofrer punição” caso tenha resultados positivos em sua realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Gayer faz parte do grupo de parlamentares da oposição que têm reclamado de questões que consideram “ideológicas” na prova.

VOCÊ VIU? PENSANDO EM CONSTRUIR? Lajes de qualidade e com o melhor preço do mercado é na Berimbau Pré-Moldados

O parlamentar é um dos 26 que pediram a ida do ministro da Educação, Camilo Santana, à Casa para dar explicações sobre o exame. Nesta quarta-feira, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Manuel Palácios, esteve presente em sessão da Comissão da Educação, ocasião na qual Gayer fez a “promessa” à filha.

“Eu falei para a minha filha de 17 anos que fez essa porcaria aqui no domingo, que se ela tiver tirado uma nota boa nisso aqui, ela vai sofrer punição. Porque uma pessoa que tira nota boa nisso aqui, uma pessoa que se sai bem nessa abominação, já não é mais um indivíduo, é um avatar ideológico. É uma pessoa que nunca vai alcançar seus reais potenciais, nunca vai conseguir pensar por conta própria. Mas talvez um dia vire um parlamentar para sentar aqui na (Comissão da) Educação para defender as abominações que a esquerda defende”, disse o deputado durante a sessão.

Segundo informações apresentadas na Câmara pelo presidente do Inep, 81 das 95 questões (85%) que estiveram no primeiro dia de aplicação da prova foram elaboradas entre 2019 e 2021, período de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As outras foram criadas entre 2012 e 2018.

Na sessão de ciências humanas, que provocou os protestos entre bolsonaristas, 39 dos 45 itens foram produzidos entre 2019 e 2021. Já na prova de linguagens, 42 das 50 questões foram feitas nesse mesmo período — nesta sessão, os estudantes também só respondem a 45 questões, mas há 50 disponíveis no caderno porque eles escolhem entre as cinco perguntas de inglês ou de espanhol para responder na prova de língua estrangeira no momento da inscrição.

ASSISTA

Os protestos da oposição

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pede a anulação de três questões que julga serem “de cunho ideológico e sem critério científico ou acadêmico” aplicadas no primeiro dia de provas do Enem, no último domingo.

Em nota, o INEP reforçou que “as questões do Enem são elaboradas por professores independentes, selecionados por meio de edital de chamada pública para colaboradores do Banco Nacional de Itens (BNI)” e nega cunho ideológico nos itens da prova aplicada:

“O Inep não interfere nas ações dos colaboradores selecionados para compor o Banco. O processo envolve as etapas de elaboração e revisão pedagógica dos itens, além de validação pelo trabalho de uma comissão assessora. Os itens selecionados para a edição de 2023 passaram pelo fluxo estabelecido nas normativas do BNI”, destaca a autarquia ligada ao MEC e responsável por produzir as provas do Enem.

 

 

Buy Jannah Theme

Mande fotos e vídeos com os acontecimentos de seu bairro para o WhatsApp do Fala Genefax (75) 9 9190-1606
O Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Botão Voltar ao topo
Web Statistics