Professor repreende aluna baiana que levou bebê para sala de aula
Nascida em Salvador, mulher cursa 8º semestre em universidade de Sergipe.

Uma estudante de medicina foi repreendida pelo professor, ao entrar na sala de aula, com a filha de 4 meses, na Universidade Tiradentes (UNIT), em Aracaju, capital sergipana.
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A mulher, que tem 28 anos e nasceu em Salvador, pediu para não ser identificada na reportagem. Segundo ela, o professor disse, na frente dos colegas de sala, que as normas da universidade não permitiam que ela participasse da dinâmica acadêmica.
Em seguida, conforme a estudante, que cursa o 8º semestre, o professor disse que a menina não poderia ficar na sala de aula com a mãe, porque “não pagava mensalidade” como os estudantes.
“A sensação que tive foi de impotência, sentei e continuei assistindo à aula, mas não aguentei e saí com minha filha para chorar” relatou em entrevista.
A estudante se mudou para Aracaju há um ano e meio, quando o marido foi transferido no trabalho.
A situação aconteceu na manhã da última quinta-feira (17/8), quando ela tinha tutoria às 7h30 e não tinha uma pessoa para cuidar da filha até às 10h, horário em que uma babá tomaria conta da bebê.
De acordo com a baiana, ela encontrou com dois colegas do lado de fora da sala, que a ajudaram. Após parar de chorar, procurou a coordenação do curso e relatou o que aconteceu na sala de aula.
“A funcionária me chamou para dentro da sala, ofereceu água e deixou amamentar minha filha. Depois disse que, realmente, as normas não permitem que crianças fiquem na sala de aula”, disse.
Segundo a estudante, a funcionária falou que conversaria com a coordenadora em busca de uma resolução do problema.
Fala foi ‘piada’
A estudante resolveu voltar para a tutoria com o bebê e assistiu ao restante da dinâmica. Ao final, disse que contou ao professor e colegas que ficou chateada com a repreensão.
“Falei que saí da sala de aula porque precisava chorar e que tinha ficado chateada com a forma que ele falou sobre minha filha não pagar mensalidade. Expliquei que eu pagava a mensalidade muito alta e não podia faltar porque não tinha com quem deixar minha filha”.
A estudante disse que o professor se desculpou pela frase dita, a qual chamou de “piada”.
“Ele disse que foi uma maneira de descontrair, que foi uma piada, mas ninguém riu na hora”, relatou.
A baiana afirmou ainda que o professor teria dito: “Assim como sua filha é uma santa e não chora, poderia ser uma capeta”.
“Se ela começasse a chorar na sala de aula, eu seria a primeira a levantar e sair. Não permitiria que meus colegas fossem prejudicados”, contou.
No mesmo dia, só que no turno da noite, a estudante precisou levar a filha para uma outra aula. No entanto, dessa vez ela não foi repreendida.
“O professor foi maravilhoso, ainda brincou dizendo que nem parecia que tinha uma bebê na sala”.
A estudante diz que comunicou, através de e-mail, a coordenação do curso para saber se ela pode levar a bebê para a aula, caso precise, em caráter de urgência. A universidade teria respondido que tentaria um parecer sobre a situação e enviaria uma resposta, o que não foi feito até a manhã desta quarta-feira (23/8).
“Toda vez que precisar levar minha filha para a sala de aula, vou ter que levar. É uma necessidade”, pontuou.
Após o caso, ao menos, dezessete agremiações assinaram uma nota de repúdio, divulgava nas redes sociais, em que cobraram um posicionamento da faculdade e prestaram solidariedade para a colega.
Com a repercussão, a estudante diz que recebeu um e-mail da instituição, em que a UNIT diz que o caso será apurado.
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