“Temos uma taxa de conveniência cobrada de quem atrasa, que varia de acordo com o valor da compra. É uma taxa que é cobrada uma vez só, em cima daquela parcela atrasada”, afirma o executivo.
A taxa da Pagaleve vai de R$ 30 a R$ 270 e cresce de acordo com o valor da compra. Mas, diferente da Drip, a taxa é a mesma para um ou mais dias de atraso.
As compras até R$ 99,99, por exemplo, têm uma taxa de R$ 30 (que, no caso do valor máximo, equivale a 30% do valor da compra). Aquelas até R$ 199,99 têm taxa de R$ 60; já as de até R$ 299,99 cobram uma taxa de R$ 75 por atraso. Os valores vão crescendo gradativamente e aquelas compras a partir de R$ 1.500 têm taxa de R$ 270 (o que seria algo em torno de 18%).
O modelo de negócio dela também é um pouco diferente do feito pela Drip. Nele, ao entrar em uma loja parceira, o cliente vê, entre as formas de pagamento, o ícone da Pagaleve. Ao escolher essa opção, será gerado o parcelamento. O cliente, então, receberá por WhatsApp e e-mail o lembrete de que aquele pagamento deve ser feito, juntamente com o código para o pagamento da parcela (também feito via pix).
Vale a pena? Ainda que as fintechs que oferecem o pix parcelado não cobrem juros e impossibilitem o surgimento da famosa “bola de neve”, é importante lembrar que há a incidência de uma multa ou taxa pelo atraso, o que faz com que aquele produto possa ter um custo maior para o consumidor final.
Segundo a planejadora financeira Eliane Tanabe, da Planejar, é fundamental que o consumidor avalie o quanto aquilo pode custar para ele e se as parcelas irão “caber em seu bolso”. Ela afirma que, caso o cliente não pague multa, esse produto pode ser vantajoso. Mas é preciso ficar atento a um ponto: o preço do produto na loja parceira das fintechs em comparação a outras.
“Se a cobrança da taxa está no lojista e não no cliente, pode valer a pena. Mas o lojista pode embutir o custo que ele tem com essas fintechs no preço do produto dele. E, se o cliente fez cotação em diferentes lojas e o preço ainda está competitivo, parece vantajoso”, afirma a especialista.
Como é nos bancos? A modalidade chamada de “pix parcelado” (ou outras nomenclaturas semelhantes) ofertada pelos bancos é um pouco diferente daquelas oferecidas pelas fintechs. Isso porque, no caso das instituições financeiras, o serviço entra como mais uma linha de crédito.
No Itaú, ao realizar uma transferência pix pelo app, o cliente pode escolher a opção ‘Pague Parcelado’. A partir daí, ele escolhe em quantas vezes deseja parcelar e a melhor data de pagamento. A oferta passará por uma análise de crédito e, se aprovada, a transferência via pix acontece na hora e o pagamento do crédito acontece todo mês, na data escolhida, via débito em conta no valor da parcela. As taxas praticadas, porém, dependem do número de parcelas e perfil do cliente. O banco afirma, no entanto, que elas “têm valores competitivos com o mercado”.
O Bradesco, por sua vez, oferece uma operação de crédito para clientes que precisem fazer pagamentos ou transferências via pix e não dispõem de saldo em conta. Segundo a instituição, o banco avalia automaticamente a transação e oferta um produto de crédito no valor adequado para a conclusão do pix, podendo aumentar o limite de conta ou até mesmo permitir o parcelamento dos valores da operação. A taxa de juros também varia conforme perfil da operação.
No Banco do Brasil há o BB Parcela pix, que possibilita ao cliente BB parcelar o valor por meio da contratação de empréstimo pessoal no momento da realização da transferência. Essa opção está disponível no app para clientes que possuem limite de crédito disponível para amparar a transação a partir de R$ 100. As parcelas são debitadas mensalmente em conta corrente e as taxas de juros variam conforme prazo do empréstimo e relacionamento do cliente com o banco.
No Santander, o “Divida o Pix” é uma opção de crédito para transações pelo pix disponível exclusivamente pelo app . O valor mínimo de contratação é de R$ 100 e o valor máximo é limitado às condições pré-aprovadas para o cliente. A operação é paga na hora para o recebedor daquele pix e o valor, dividido em até 24 vezes, com 59 dias para que as parcelas comecem a ser debitadas diretamente na conta corrente. As taxas variam a partir de 1,79% ao mês.
Recentemente, o Nubank anunciou também o “Pix no Crédito”, uma opção para utilizar o limite do cartão de crédito para realizar pagamentos via Pix. Com ela, os clientes poderão escolher pagar algo no pix em uma única vez ou em até 12 parcelas. As taxas, segundo o banco, serão “justas e transparentes”.