Internautas criticam nota de vinícolas em caso de trabalho escravo; “culpa do Bolsa Família”

Uma nota divulgada pelo Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, gerou revolta e se tornou um dos assuntos mais comentados no Twitter nesta terça-feira (28/2). Segundo os internautas, a entidade, responsável pelas vinícolas que foram alvo de operação contra trabalho escravo, estaria culpando os programas assistenciais pelo a situação.
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“Para o Centro da Indústria e Comércio de Bento Gonçalves a culpa do trabalho escravo é do Bolsa-Família, que mantém as famílias preguiçosas demais para aprender e trabalhar, forçando o agro a caçar e manter em cárcere privado, para que exerçam o trabalho forçado sem remuneração”, disse uma usuária da rede social. “Pagar salários atrativos eles não querem”, comentou um seguidor.
Na nota oficial, divulgada há três dias, a CIC-BG afirma que “as vinícolas envolvidas no caso desconheciam as práticas da empresa prestadora do serviço sob investigação e jamais seriam coniventes com tal situação”. Segundo a entidade, “situações como esta” estariam relacionadas ao fato de que “uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade”.
Confira nota na íntegra:
“Na condição de entidade fomentadora e defensora do desenvolvimento sustentável, ético e responsável dos negócios e empreendimentos econômicos, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves vem acompanhando com atenção o andamento das investigações acerca de denúncias de práticas análogas à escravidão no município. É necessário que as autoridades competentes cumpram seu papel fiscalizador e punitivo para com os responsáveis por tais práticas inaceitáveis.
Da mesma forma, é fundamental resguardar a idoneidade do setor vinícola, importantíssima força econômica de toda microrregião. É de entendimento comum que as vinícolas envolvidas no caso desconheciam as práticas da empresa prestadora do serviço sob investigação e jamais seriam coniventes com tal situação. São, todas elas, sabidamente, empresas com fundamental participação na comunidade e reconhecidas pela preocupação com o bem-estar de seu colaboradores/cooperativados por oferecerem muito boas condições de trabalho, inclusive igualmente estendidas a seus funcionários terceirizados. A elas, o CIC-BG reforça seu apoio e coloca-se à disposição para contribuir com a busca por soluções de melhoria na contratação do trabalho temporário e terceirizado.
Situações como esta, infelizmente, estão também relacionadas a um problema que há muito tempo vem sendo enfatizado e trabalhado pelo CIC-BG e Poder Público local: a falta de mão de obra e a necessidade de investir em projetos e iniciativas que permitam minimizar este grande problema. Há uma larga parcela da população com plenas condições produtivas e que, mesmo assim, encontra-se inativa, sobrevivendo através de um sistema assistencialista que nada tem de salutar para a sociedade.
É tempo de trabalhar em projetos e iniciativas que permitam suprir de forma adequada a carência de mão de obra, oferecendo às empresas de toda microrregião condições de pleno desenvolvimento dentro de seus já conceituados modelos de trabalho ético, responsável e sustentável.”
Na semana passada, o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Inspeção do Trabalho, deflagrou ação de combate ao uso de mão de obra análoga ao de escravo na colheita de uva e em vinícolas em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. Segundo o MT, 208 trabalhadores, que atuavam nos parreirais e prestavam serviço para vinícolas e cooperativas locais, foram resgatados. Foi constatado que as vítimas ficavam em um alojamento sem segurança e higiene, sofrendo ameaças dos empregadores, inclusive agressões com uso de choques elétricos e spray de pimenta.

 

 

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