Cadeiras vazias refletem o cenário da situação da Saúde em Feira de Santana
Uma situação que já se tornou recorrente e que vem atormentando a vida de boa parte dos médicos que atuam no Programa Saúde da Família de Feira de Santana, centro-norte da Bahia, foi denunciada pela classe. De acordo com a categoria, os participantes do programa estão sem receber os salários de novembro e dezembro de 2022. Por isso, as atividades foram paralisadas em 47 unidades do município desde a terça-feira (10/1).
Além do atraso, os profissionais denunciam retaliações por parte da gestão do prefeito Colbert Martins (MDB) ao reivindicarem os direitos.
“Todos os meses é a mesma coisa e quando paralisamos o atendimento para receber nosso salário, que é nosso direito, sofremos retaliação. É um absurdo o que estamos vivenciando aqui em Feira de Santana, além de uma falta de respeito, tanto da Prefeitura quanto da empresa IMAPS”, disse um dos profissionais, que pediu para não se identificar.
A verba do Programa Saúde da Família é oriunda do governo federal e a classe alega que o pagamento seria feito pela gestão após aprovação da suplementação orçamentária. Ainda de acordo com a classe, a fiscalização da Prefeitura visita às unidades para, em caso de paralisação dos profissionais, a gestão “descontar do salário”.
“O pessoal da prefeitura faz fiscalização com intuito de inibir e amedrontar quem para os serviços. Em dezembro recebemos o salário de outubro e não nos dão uma satisfação do que está acontecendo, muito menos previsão para regularizar a situação”, afirmou um dos profissionais.
O assunto inclusive já foi motivo de discussão no plenário da Câmara Municipal. Parlamentares cobraram, nesta terça-feira, 10, “sensibilidade” por parte do prefeito Colbert Martins Filho (MDB).
Na última semana, a Prefeitura já tinha decidido fechar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Mangabeira, o que fez instalar um caos maior no atendimento dos pacientes no município.
Um ofício foi enviado, nesta terça-feira, 10, para o prefeito da cidade, no qual os profissionais relatam que desejam continuar o “compromisso com a sociedade” e declaram vontade em contribuir com a atual gestão em “defesa da Saúde Pública”. No documento a classe reitera a reivindicação dos pagamentos dos salários em atraso referente aos meses de Novembro e Dezembro de 2022, assim como o compromisso da Prefeitura, Secretaria de Saúde e Empresas cooperadas, para que “ponham um fim” nos problemas dos pagamentos que vêm ocorrendo de forma recorrente nos últimos meses.
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Feira de Santana, porém não obteve resposta.
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