DESESPERO: Garota de dois anos é arremessada do 1º andar após estrutura de prédio desabar

Parte da estrutura de um imóvel de três pavimentos desabou na madrugada desta terça-feira (27/7), no bairro de Sussuarana, em Salvador, e uma família precisou pular do primeiro andar para conseguir escapar do acidente. O pai arremessou a filha de dois anos para que a mãe pudesse segurar no térreo, e os três saíram às pressas, sem conseguir levar nenhum pertence. Ninguém ficou ferido.
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Chovia no momento do desabamento e o imóvel ficou totalmente inclinado. A parte dos fundos, que fica junto a um córrego, ruiu. A lavradora Jassiane Dantas, moradora da casa, disse que acordou com o barulho dos estalos e relatou momentos de tensão.
“A gente estava dormindo quando escutou um barulho imenso. Meu esposo me chamou porque a casa estava cedendo. Eu pulei do primeiro andar, ele jogou a menina para mim, e a gente saiu de casa”, comentou.
A vizinhança também acordou com o barulho do imóvel caindo. A comerciante Janeide de Jesus, que mora ao lado, acordou no meio da madrugada com os barulhos e a movimentação na rua.
“Eu estava dormindo com minha filha e meu esposo, e estava escutando só os estalos. Acordei assustada e, quando saí, já estava o povo do lado de fora. Peguei minha filha no colo e saí descalça, correndo”, relatou.
Além dela, Marilene Alves é proprietária de um bar há oito anos, vizinho ao prédio, e teve a edificação também condenada. Por causa do risco de acidente grave, ela também precisou abandonar o imóvel e não pode mais retornar ao bar.
“De noite eu sonhei com a minha casa desabando. Não lá, a minha. Acordei assustada, orei e voltei a dormir. Depois acordei com uma zoada, todo mundo gritando, a criança chorando muito. Um barulhão forte. Desci desesperada e estamos até agora. Vi meu sonho, minha vida toda descendo ali. Eu não sei o que fazer, tudo meu está aí dentro”, disse.
Órgãos condenam imóvel
Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi chamada e técnicos da Defesa Civil de Salvador (Codesal) chegaram pouco depois do acidente. O órgão condenou o prédio por causa do alto risco de desabamento. Os moradores dos imóveis vizinhos foram retirados sem conseguir levar nada.
Os engenheiros da Codesal e Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur) avaliam o que pode ser feito com o prédio. Aos fundos existe um córrego, que pode ter contribuído para o desabamento. Mas, segundo a Defesa Civil, a construção também é irregular.
“É uma construção executada sem a técnica devida, sem o acompanhamento de um profissional habilitado pelo CREA [Conselho Regional de Engenharia] ou pelo CAU [Conselho de Arquitetura e Urbanismo], feita de forma inadequada, em uma localidade irregular próxima a um canal. Essa soma de fatores pode ter ocasionado, sim, essa inclinação que possivelmente estará no fim por tombamento”, disse Sósthenes Macedo, diretor da Codesal.
“A edificação está colapsada e que precisaria passar por esse desfecho de retirada para garantir a segurança dos proprietários e moradores das edificações laterais”, completou.
Até o final da manhã desta terça-feira, cinco famílias haviam sido notificadas pela Codesal e cadastradas pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre) para ter acesso ao abrigo e auxílio financeiro.
Uma retroescavadeira da prefeitura foi utilizada para realizar a demolição da edificação e evitar que outros imóveis sejam atingidos ou ocorra acidente mais grave com algum morador.
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