Mãe de adolescente de 15 anos que foi baleada contesta versão da Polícia Militar: ‘sempre chegam assim, atirando’

A mãe da adolescente de 15 anos que foi baleada, no bairro da Ribeira, em Salvador, no dia 17 de junho, contestou a versão da Polícia Militar e afirmou, nesta terça-feira (25/6), que, na verdade, não houve troca de tiros.

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A PM havia informado que a menina foi ferida durante confronto entre agentes e um grupo suspeito.

“Eles chegaram atirando. Ainda veio dizer que foi troca de tiros, mas não foi. Aqui não existe troca de tiro, nunca existiu. Eles sempre chegam assim, atirando”, relatou.

A mulher ainda relatou que pediu para entrar na viatura para que pudesse acompanhar a filha no deslocamento para o hospital, mas teve a solicitação negada por um policial.

“Ele disse que não, que ia levar ela sozinho. Eu disse que ela era menor [de idade] e que iria até na mala [da viatura]. Ele não deixou e foi aquela agonia. Eu pedi para minha irmã filmar, porque eu fiquei com medo dele fazer alguma coisa com a minha filha no meio do caminho”, contou.

Também em entrevista, a adolescente contou como tudo aconteceu e disse que a tia chamou ela para sair para comprar cachorro-quente, e após buscar uma prima, de seis anos, foi surpreendida pelos disparos.

“Os homens [policiais] chegaram atirando e eu empurrei minha prima. Quando eu virei, o tiro ‘garrou’ em mim e eu comecei a gritar”, relatou a adolescente.

A menina contou que, após ser atingida, um policial viu que ela estava ferida, e mesmo assim, não a ajudou.

“Depois de muito tempo, eu fui lá [pedir ajuda]. Ele me socorreu e queria me pegar igual a um bicho”, disse a menina.

Segundo informações da família, a menina teve uma lesão no fêmur e precisou colocar uma placa de metal na região. Disseram que ainda que ela vai passar por outro procedimento cirúrgico e o processo de recuperação será lento.

Em entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, a tia da vítima disse que a adolescente saiu de um salão de beleza quando foi atingida pelo disparo.

“Quando fui fechar o portão, só vi os policiais vindo agachados pelo cantinho. […] Daqui a pouco eu só estou vendo os tiros e o policial gritando: ‘não corra, não’, e pau, pau, pau. […] Aí eu só ouvi minha sobrinha gritando, […] quando cheguei lá, vi minha sobrinha no chão, baleada”, disse a tia da vítima, que não quis se identificar.

Por meio de nota, enviada nesta terça-feira (25), a Polícia Militar disse apenas que “a respeito de denúncias referentes a policiais militares, a corporação disponibiliza os canais de comunicação institucionais para recepcionar os relatos”.

Quando a situação ocorreu, a PM informou que equipes da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT), faziam rondas na Rua Capitão Eugênio, na localidade conhecida como Mangueira, quando encontraram um grupo de homens armados, que teria atirado contra os militares e fugiram.

A Polícia Militar ainda detalhou que os agentes receberam a informação de que uma adolescente havia sido atingida na perna. A menina foi socorrida pelos militares e encaminhada para o Hospital do Subúrbio, onde recebeu atendimento médico.

A Polícia Civil informou que as investigações, a princípio, serão realizadas pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), por causa da idade da vítima.

 

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